quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ronaldo usou a camisa 9 do Corinthians por quase 25 meses, fez 35 gols em 69 partidas e conquistou dois títulos (Paulista e Copa do Brasil, em 2009). Mas ele não foi apenas um simples atacante...

...O craque foi solidário, líder, vingativo, brincalhão, apostador, rebelde, contestador... Conheça histórias de bastidores que revelam sua personalidade.

O VINGADOR
Dia 20 de abril de 2009. Poucas horas antes do segundo confronto da semifinal do Paulista, contra o São Paulo, um dos seguranças comunicou aos jogadores que o risco de o ônibus ser alvejado por pedras na chegada ao Morumbi era iminente. A informação deixou o clima pesado, a tensão ficou no ar. As brincadeiras, sorrisos e as músicas que normalmente fazem parte do trajeto do hotel ao palco do jogo deram lugar a apreensão. Isso, somado ao nervosismo natural de uma grande decisão, mexeu com o grupo todo. A poucos metros do portão de entrada, centenas de são-paulinos foram em direção ao veículo. Como era previsto, pedras e latinhas de cerveja foram atiradas nos vidros e lataria. O pânico dentro do ônibus foi total. Jogadores e comissão técnica se abaixaram, alguns se jogaram para o meio do veículo. Ronaldo, enfezado, levantou-se e, como nunca tinha feito, berra aos outros jogadores:
Vamos acabar com esses bâmbis, p...! Vamos responder dentro de campo! – desabafou o Fenômeno. O gesto de Ronaldo desencadeou uma gritaria dos outros jogadores. No campo, 2 a 0, com golaço do astro após um pique de 50 metros, superando o zagueiro Rodrigo. Vingado!

O SOLIDÁRIO
Enquanto foi jogador do Corinthians, Ronaldo teve direito a prêmios por seqüência de vitórias, triunfos em clássicos, além de bichos pelos títulos do Paulistão e da Copa do Brasil de 2009 – na ocasião, cada jogador do elenco foi agraciado com um depósito de R$ 70 mil. Mas o Fenômeno nunca ficou com um centavo dos valores extras que surgiram em sua passagem pelo Parque São Jorge, abrindo mão de todas as premiações para ajudar os funcionários menos remunerados que trabalham no departamento de futebol profissional e aqueles que, indiretamente, colaboram com os atletas. Ronaldo fez uma divisão dos prêmios que ganhou entre massagistas, seguranças, auxiliares da comissão técnica, porteiros, motoristas, enfermeiros e roupeiros. Na gíria dos jogadores, ele fez o popular “ratatá”. A solidariedade fenomenal com aqueles que ganham menos no staff corintiano não parou por aí. Nos dois finais de ano em que ficou no Parque São Jorge, Ronaldo resolveu melhorar o Natal desses funcionários, entregando um envelope com R$ 2 mil. No momento da entrega, um aviso:
– Não fui eu quem te deu.
O ex-jogador não queria que essa ajuda fosse divulgada na imprensa.

O REBELDE
Antes da final da Copa do Brasil, contra o Inter, no Beira-Rio, a delegação corintiana passou cinco dias na cidade de Curitiba, já que a equipe tinha de enfrentar o Atlético-PR, no sábado, pelo BR-09. A maioria dos titulares não atuou na Arena da Baixada. Ronaldo, claro, foi um deles. Naquele mesmo sábado, o astro surtou. De uma hora para outra, decidiu que deixaria o hotel. Um dos seguranças desceu ao lobby e avisou Andrés, que, imediatamente, subiu ao quarto dele para tentar demovê-lo da ideia, alegando que inúmeros jornalistas estavam na porta do hotel. Andrés teve poder de persuasão e, apesar de contrariado, Ronaldo resolveu permanecer no quarto.
O MOLECÃO
Ronaldo ganhou inúmeros títulos, fala quatro línguas, tem dinheiro e fama. Mas sua postura no dia-a-dia sempre foi de um jogador comum, de quem se sentia apenas mais um do elenco. Inclusive, nas brincadeiras. Nas concentrações, o Fenômeno era o líder do seu “bonde”, o linha de frente. Elias, André Santos, Julio Cesar, entre outros, eram alguns dos seus companheiros nas “brigas”. Cada bonde tinha como objetivo invadir o quarto do “inimigo”, de preferência, encontrando representantes da outra turma sozinhos. Beliscões, tapas na cabeça, petelecos na orelha... e o Fenômeno sempre lá, brincando como se fosse um adolescente, um juvenil recém-promovido.
O IMPLICANTE
Mano Menezes costuma dizer que, no futebol de hoje, você tem de mostrar e provar ao jogador o objetivo real de um treino ou exercício. Ronaldo sempre foi um exemplo disso. Não foram poucas as vezes que ele contestou preparadores físicos, fisioterapeutas e médicos sobre determinadas ordens que foram transmitidas. O Fenômeno, após tantas lesões e recuperações, mostrava-se atento ao assunto e, quase sempre, contestava métodos e aparelhagem. – Ele sabia a função dos aparelhos, sabia tudo sobre os exercícios que eram passados. Ele é um contestador nato, mas com base – afirmou um dos jogadores que estiveram com ele em sessões de fisioterapia.
O LÍDER
William, atual gerente de futebol, foi o responsável pelas negociações com a diretoria quando era capitão. Mas o ex-zagueiro sempre foi respaldado por Ronaldo. Era ele quem brigava pelos direitos dos jogadores, que falava grosso com Mário Gobbi e Andrés Sanchez se algum assunto desagradasse ao elenco corintiano. Na reunião que confirmou a volta das férias para o dia 3 de janeiro, o Fenômeno levantou a mão e afirmou: – O último jogo do Brasileirão será no dia 5 de dezembro. Se voltarmos dia 3, não teremos nem 30 dias de férias. Isso não está certo - avisou. A comissão técnica não abriu mão do retorno no dia 3, mas o astro bateu o pé e voltou apenas no dia 4.
O APOSTADOR
Ronaldo sempre foi movido a desafios. No Corinthians, não foi diferente, nem mesmo nas brincadeiras. Para aprimorar a técnica na cobrança de pênalti, o Fenômeno acordou com os três goleiros que, após os treinos, eles ficariam para um desafio. Se ele marcasse os três pênaltis, Julio Cesar, Rafael Santos e Danilo Fernandes pagariam, cada um, R$ 50. E, a cada defesa, o Fenômeno pagaria o mesmo valor a todos eles. E foi assim, ao longo de mais de dois anos. Cerca de R$ 1,5 mil ao fim de cada mês girava a aposta fenomenal. – Ele se irritava quando a molecada ia embora, em vez de ficar aprimorando fundamentos – lembra uma das pessoas da comissão técnica.
O PONTUAL
Ronaldo não gosta de atrasos nem de alterações de programação em cima da hora. E foi dessa maneira que o Fenômeno agiu com companheiros e funcionários durante os quase 25 meses que esteve no Corinthians. Horários de café da manhã, almoço e jantar eram cumpridos à risca. Assim como nos treinos e nas sessões de fisioterapia. Certa vez, um dos membros da comissão técnica combinou de executar exercícios específicos com ele na sala de musculação do Parque São Jorge. O profissional chegou dez minutos atrasado. Ronaldo se recusou a ser atendido e, por muitos meses, o lembrou de seu vacilo. Assim era o astro, e assim será o astro daqui para frente...
Resumindo “ESSE HERA UM VERDADEIRO FENÔMENO”

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